Praças para todos: entenda como Fortaleza planeja e cuida dos espaços públicos

Entenda como Fortaleza cuida das praças Com mais de 500 praças, Fortaleza aposta em projetos de revitalização e políticas públicas para transformar esses ...

Praças para todos: entenda como Fortaleza planeja e cuida dos espaços públicos
Praças para todos: entenda como Fortaleza planeja e cuida dos espaços públicos (Foto: Reprodução)

Entenda como Fortaleza cuida das praças Com mais de 500 praças, Fortaleza aposta em projetos de revitalização e políticas públicas para transformar esses espaços em locais de lazer, cultura e esporte. Os investimentos têm atraído pessoas de todas as idades, mostrando que as praças continuam sendo palco de convivência e bem-estar. Em 2025, a Prefeitura destinou cerca de R$ 8,37 milhões para esses espaços públicos, entre obras de requalificação, manutenção e melhorias estruturais. As intervenções incluem recuperação de piso, instalação e renovação de mobiliário urbano, pintura, manutenção de academias ao ar livre e playgrounds, além de reforços na iluminação, poda e paisagismo. Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp Até a publicação desta reportagem a gestão municipal concluiu 39 praças e mantém outras 28 em execução. A maior parte dos investimentos recentes está voltada para áreas periféricas, beneficiando bairros como Bom Jardim, Messejana, Barroso, Panamericano, Henrique Jorge, Antônio Bezerra, Prefeito José Walter, entre outros. “A gestão municipal segue empenhada não apenas em requalificar esses equipamentos, mas também em fortalecer o sentimento de pertencimento por meio da gestão compartilhada entre o poder público, a população e a iniciativa privada. O objetivo é incentivar o uso e o cuidado coletivo desses espaços, para que sejam cada vez mais valorizados e bem aproveitados pela comunidade”, afirma Manuela Campos, arquiteta e urbanista da Central de Serviços Compartilhados da Cegor. Praça do Ferreira foi um dos espaços que passou por obras de requalificação em 2025. Kid Junior/SVM ⛲ Esta é a segunda reportagem da série “Praças para todos”, publicada pelo g1 em celebração aos 300 anos de Fortaleza, que serão completados em 2026. LEIA TAMBÉM: Praças para todos: conheça a história de Fortaleza por meio das praças Planejamento Urbano Praça João XXIII. Kid Junior/SVM Para Newton Becker, professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Design da UFC, e Julia Miyasaki, doutoranda em Arquitetura, Urbanismo e Design, o planejamento urbano e as políticas públicas são fundamentais para garantir a funcionalidade das praças. A organização de espaços, a manutenção da infraestrutura, a instalação de equipamentos de lazer e esporte, além de programas culturais e eventos comunitários, garantem que esses espaços sejam acessíveis, seguros e atrativos para todas as idades. Sob a ótica do design urbano e da arquitetura, a funcionalidade das praças depende de elementos específicos, segundo os pesquisadores. Os elementos são: Multifuncionalidade e uso ativo: A existência de áreas com pisos livres permite diferentes usos. A Praça do Ferreira exemplifica isso com um amplo espaço pavimentado, que favorece atividades diversas. Outro fator importante é presença de equipamentos infantis, que estimula o lazer, o convívio e o desenvolvimento social das crianças. Infraestrutura e meio ambiente: É fundamental uma boa arborização, que proporciona sombra e permite o uso do espaço em diversos horários do dia. Os projetos devem priorizar a incorporação de superfícies permeáveis e acessíveis. Comércio e vitalidade noturna: O comércio é bem-vindo porque, quando dosado, garante a vitalidade das praças em horários noturnos, além de fomentar a economia local, aponta os pesquisadores. A presença de parques infantis estimula o lazer nas praças. Thiago Gadelha/SVM Segundo a arquiteta Manuela Campos, as praças de Fortaleza são planejadas de forma individual, respeitando as características do bairro e as demandas da comunidade. "Não há um padrão único: o foco é garantir que o projeto dialogue com o entorno e atenda às necessidades locais, com participação e escuta dos moradores durante as etapas de planejamento", explica. Apesar do papel essencial das praças na vida urbana, a gestão desses espaços enfrenta desafios significativos. A necessidade de manutenção constante, a acessibilidade para pessoas com deficiência e a segurança pública são questões centrais que ainda limitam o uso pleno desses locais. “Muitas vezes, as pessoas deixam de frequentar os espaços livres públicos por medo, o que não se mostra como uma boa saída, uma vez que quanto mais frequentado é um espaço, mais seguro ele é”, aponta Newton Becker. Manutenção dos espaços Como funciona a manutenção das praças de Fortaleza A manutenção da infraestrutura dos espaços públicos de Fortaleza, como praças, calçadões e areninhas, é conduzida pelas Secretarias Regionais. Segundo a gestão municipal, equipes técnicas percorrem rotineiramente a cidade para identificar necessidades de reparo, elaborar projetos e definir orçamentos para requalificações. Além das ações gerais, alguns equipamentos recebem atenção contínua, como a Beira-Mar, o Parque Rachel de Queiroz, o Beira Rio, o Polo da Varjota, o Parque da Criança, a Praia do Futuro, a Vila do Mar e a Praça do Ferreira. Adoção das praças A praça da Imprensa, localizada no bairro Dionísio Torres, é conservada pelo Sistema Verdes Mares. Thiago Gadelha/SVM Uma das estratégias para fortalecer a conservação dos espaços públicos de Fortaleza é o Programa de Adoção de Espaços Públicos, que permite que pessoas físicas ou jurídicas assumam, de forma voluntária, a manutenção de áreas urbanas. A iniciativa contempla praças, parques, canteiros, áreas verdes e outros equipamentos, incentivando ações de requalificação e manutenção. Para o sociólogo Marco Aurélio de Andrade Alves, a política de adoção, associada às parcerias público-privadas, tem sido essencial para preservar parte significativa do patrimônio paisagístico da cidade. Gerar incentivos e estimular a frequência do espaço público, é fundamental para uma cidade que precisa resgatar novos sentidos de civilidade, cidadania, acolhimento e exercício do diálogo. As parcerias público-privadas e a política da adoção das praças, tem preservado parte significativa de seu patrimônio, mobilizando parte da população para o cuidado com o espaço público. Segundo a Prefeitura, a adoção pode envolver desde a manutenção cotidiana até a instalação de novos equipamentos, intervenções paisagísticas e pequenos reparos estruturais. Como retorno à parceria, o adotante tem o direito de instalar placas de reconhecimento, conforme previsto na legislação municipal. Praça da Imprensa, localizada no bairro Dionísio Torres. Thiago Gadelha/SVM Como participar do Programa: Os interessados em adotar um espaço público devem comparecer presencialmente à Secretaria Regional responsável pela área desejada e preencher o Requerimento de Adoção. No momento da solicitação, é necessário apresentar: Dados do requerente; Informações que identifiquem o espaço público escolhido; Descrição detalhada das ações de manutenção e melhorias planejadas; Registro fotográfico do local. Após a aprovação, a adoção do espaço passa a vigorar por até 60 meses (cinco anos). A Prefeitura também disponibiliza nas Centrais de Atendimento das Secretarias Regionais a Cartilha de Adoção de Espaços Públicos, que orienta os adotantes sobre critérios, obrigações e boas práticas, garantindo uma parceria transparente e responsável entre a sociedade e o poder público. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: